Telefone(61) 98653-4151
E-mailsecretaria@fenam.org.br
Vacina contra zika deverá ser testada em humanos em 2018
11 de agosto de 2017
Uma das iniciativas de vacina contra o vírus da zika, em testes no Instituto Evandro Chagas, sediado no Pará, já apresentou resultados promissores em camundongos e primatas, e deverá ser testada em humanos em 2018. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (11) na XIX Jornada Nacional de Imunizações, evento organizado pela Sociedade Brasileira de Imunizações, em São Paulo.
O desenho do estudo em humanos será definido neste ano pelo instituto, que está desenvolvendo a vacina em parceria com a Universidade do Texas e com apoio da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde no Brasil.
“As iniciativas com a vacina de zika estão andando mais rápido porque não foram identificados outros sorotipos do vírus, como é na dengue. Com isso, a complexidade é menor”, diz Consuelo Oliveira, pesquisadora clínica do Instituto Evandro Chagas.
Os resultados em camundongos já foram publicados em julho na revista científica “Cell Reports”. Já os resultados em primatas também foram promissores, mas ainda não foram publicados em revista científica e, por esse motivo, não estão sendo divulgados.
Consuelo diz, no entanto, que os resultados foram positivos em ambos os testes. No estudo em camundongos, 46 cobaias foram testadas. Metade recebeu o imunizante e o restante recebeu uma “vacina falsa”. Nessa primeira fase do estudo, camundongos que receberam o imunizante apresentaram anticorpos contra o vírus zika.
Já na segunda fase do estudo, após o acasalamento das fêmeas, pesquisadores observaram que o vírus da zika sequer chegou até a placenta — o que trouxe a expectativa de que a vacina pode proteger o grupo mais vulnerável ao vírus: as mulheres em idade fértil, exatamente o grupo definido pela OMS como prioritário para receber a vacina.
“O que foi interessante é que, nas cobaias não vacinadas, vimos que o vírus fez o mesmo percurso observado em humanos. A placenta com déficit de nutrição, os bebês nascendo pequenos, as malformações…”, explica Consuelo.
“Esse trabalho tem sido objeto de muita expectativa e nos deu base para analisar o estudo multicêntrico em humanos”, diz a pesquisadora. “Queremos reproduzir o que de maneira fantástica encontramos nessa primeira parte da pesquisa.”
Ao todo, há 41 iniciativas no mundo em busca da vacina, diz Consuelo. São várias as estratégias: há testes com vírus enfraquecido, com o vírus inativado (ou seja, morto) e com a vacina de DNA — quando apenas o material genético é introduzido no imunizante.
O Instituto Butantan também faz análises preliminares com uma vacina pentavalente — que deverá ser usada contra todos os sorotipos da dengue e também contra o vírus zika.
Mutação e dificuldades
Sendo um vírus de RNA, o zika é mais suscetível a mutações mas, segundo a pesquisadora, não são mutações robustas o suficientes — pelo menos até agora — para afetar a resposta da vacina. “Às vezes, é o deslocamento de uma proteína”, diz.
Também, desde 1947, quando o zika foi identificado numa floresta homônima, não foram registrados outros sorotipos do vírus, o que também poderia aumentar a complexidade de se obter a vacina.
Agora, uma questão a ser analisada em estudos em humanos será se a vacina anti-zika poderá gerar uma infecção “amplificada” em populações previamente expostas a outros flavivírus, como é o caso da brasileira.
“Essa é a uma questão que está preocupando alguns pesquisadores e será analisada”, diz Consuelo.
Fonte: Por Monique Oliveira, G1
O desenho do estudo em humanos será definido neste ano pelo instituto, que está desenvolvendo a vacina em parceria com a Universidade do Texas e com apoio da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde no Brasil.
“As iniciativas com a vacina de zika estão andando mais rápido porque não foram identificados outros sorotipos do vírus, como é na dengue. Com isso, a complexidade é menor”, diz Consuelo Oliveira, pesquisadora clínica do Instituto Evandro Chagas.
Os resultados em camundongos já foram publicados em julho na revista científica “Cell Reports”. Já os resultados em primatas também foram promissores, mas ainda não foram publicados em revista científica e, por esse motivo, não estão sendo divulgados.
Consuelo diz, no entanto, que os resultados foram positivos em ambos os testes. No estudo em camundongos, 46 cobaias foram testadas. Metade recebeu o imunizante e o restante recebeu uma “vacina falsa”. Nessa primeira fase do estudo, camundongos que receberam o imunizante apresentaram anticorpos contra o vírus zika.
Já na segunda fase do estudo, após o acasalamento das fêmeas, pesquisadores observaram que o vírus da zika sequer chegou até a placenta — o que trouxe a expectativa de que a vacina pode proteger o grupo mais vulnerável ao vírus: as mulheres em idade fértil, exatamente o grupo definido pela OMS como prioritário para receber a vacina.
“O que foi interessante é que, nas cobaias não vacinadas, vimos que o vírus fez o mesmo percurso observado em humanos. A placenta com déficit de nutrição, os bebês nascendo pequenos, as malformações…”, explica Consuelo.
“Esse trabalho tem sido objeto de muita expectativa e nos deu base para analisar o estudo multicêntrico em humanos”, diz a pesquisadora. “Queremos reproduzir o que de maneira fantástica encontramos nessa primeira parte da pesquisa.”
Ao todo, há 41 iniciativas no mundo em busca da vacina, diz Consuelo. São várias as estratégias: há testes com vírus enfraquecido, com o vírus inativado (ou seja, morto) e com a vacina de DNA — quando apenas o material genético é introduzido no imunizante.
O Instituto Butantan também faz análises preliminares com uma vacina pentavalente — que deverá ser usada contra todos os sorotipos da dengue e também contra o vírus zika.
Mutação e dificuldades
Sendo um vírus de RNA, o zika é mais suscetível a mutações mas, segundo a pesquisadora, não são mutações robustas o suficientes — pelo menos até agora — para afetar a resposta da vacina. “Às vezes, é o deslocamento de uma proteína”, diz.
Também, desde 1947, quando o zika foi identificado numa floresta homônima, não foram registrados outros sorotipos do vírus, o que também poderia aumentar a complexidade de se obter a vacina.
Agora, uma questão a ser analisada em estudos em humanos será se a vacina anti-zika poderá gerar uma infecção “amplificada” em populações previamente expostas a outros flavivírus, como é o caso da brasileira.
“Essa é a uma questão que está preocupando alguns pesquisadores e será analisada”, diz Consuelo.
Fonte: Por Monique Oliveira, G1
Related Posts
0
0
votes
Article Rating
Login
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Notícias Recentes
Carta aberta à sociedade brasileira e ao Governo Federal
26 de janeiro de 2025
Nota de posicionamento da Fenam – Consulta Pública nº 144 da ANS
26 de janeiro de 2025
I Cholangiocarcinoma Foundation Meeting Brazil e II Simpósio Internacional Einstein de Medicina de Precisão em Câncer Gastrointestinal
16 de janeiro de 2025
Fenam cobra reanálise no Exame Nacional de Residência
9 de janeiro de 2025
Comentários Recentes
- FENAM e ADAPS avançam na negociação de acordo trabalhista - Fenam - Federação Nacional dos Médicos em Agenda dos Médicos para a Saúde do Brasil
- Quanto ganha um médico recém-formado? em Piso FENAM 2022
- Ademir Brun em Piso FENAM 2022
- Onofre Cardoso Vieira em Quem é o Dr. Gutemberg
- Marco Antonio Manjhon Soliz em Piso FENAM 2022
Arquivos
- janeiro 2025
- dezembro 2024
- novembro 2024
- outubro 2024
- setembro 2024
- agosto 2024
- julho 2024
- junho 2024
- maio 2024
- abril 2024
- março 2024
- fevereiro 2024
- janeiro 2024
- dezembro 2023
- novembro 2023
- outubro 2023
- setembro 2023
- agosto 2023
- julho 2023
- junho 2023
- maio 2023
- abril 2023
- março 2023
- fevereiro 2023
- janeiro 2023
- dezembro 2022
- novembro 2022
- outubro 2022
- março 2022
- janeiro 2022
- dezembro 2021
- novembro 2021
- outubro 2021
- setembro 2021
- agosto 2021
- julho 2021
- junho 2021
- maio 2021
- abril 2021
- março 2021
- fevereiro 2021
- janeiro 2021
- outubro 2020
- setembro 2020
- agosto 2020
- julho 2020
- maio 2020
- abril 2020
- março 2020
- fevereiro 2020
- janeiro 2020
- dezembro 2019
- novembro 2019
- outubro 2019
- setembro 2019
- agosto 2019
- julho 2019
- junho 2019
- maio 2019
- abril 2019
- março 2019
- fevereiro 2019
- janeiro 2019
- dezembro 2018
- novembro 2018
- outubro 2018
- setembro 2018
- agosto 2018
- julho 2018
- junho 2018
- maio 2018
- abril 2018
- março 2018
- fevereiro 2018
- janeiro 2018
- dezembro 2017
- novembro 2017
- outubro 2017
- setembro 2017
- agosto 2017
- julho 2017
- junho 2017
- abril 2017
- outubro 2012
- maio 2012
- fevereiro 2012
- julho 2011
- outubro 2010
- junho 2010