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Câncer de estômago ganha primeiro tratamento dentro da imunoterapia
30 de maio de 2018
O tipo mais comum de câncer de estômago, o adenocarcinoma gástrico, é bastante estudado e, mesmo assim, ainda é difícil eliminá-lo de vez do organismo. Agora, um novo medicamento foi liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para tratar justamente os casos que não responderam à quimioterapia e outros medicamentos.
Falamos do pembrolizumabe, princípio ativo desenvolvido pela farmacêutica MSD. O remédio faz parte do arsenal mais recente da imunoterapia, abordagem que estimula o sistema imune a atacar o próprio tumor. “O câncer cresce sem ser notado pelas células de defesa, e a imunoterapia tira essa espécie de capa de invisibilidade que recobre o tumor”, explica Ricardo Carvalho, oncologista do Hospital BP Mirante, de São Paulo.
No adenocarcinoma gástrico, esse crescimento passa ainda mais despercebido, uma vez que os sintomas são pouco específicos: enjoo, dificuldades de se alimentar, sensação de estufamento, perda de apetite… Isso é ruim, porque o diagnóstico precoce aumenta as chances de derrotar esse tumor, cuja mortalidade nos casos avançados chega a 70%, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer).
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Aí que entra o pembrolizumabe. O fármaco está indicado para tumores gástricos e gastroesofágicos (quando atingem o final do esôfago e o início do estômago) que já resistiram a dois ou mais tratamentos e carregam a molécula PDL-1, capaz de enganar o sistema imune, permitindo a proliferação do câncer. “As poucas opções de drogas que tínhamos para atuar nesse cenário eram pouco efetivas ou muito tóxicas”, comenta Carvalho. E é justamente o menor grau de toxicidade um dos grandes destaques da imunoterapia.
“Na imunoterapia, os efeitos colaterais parecem menores do que a químio, e são geralmente relacionados a uma resposta exagerada do sistema imune, como inflamações na tireoide, intestino e pulmão. Mas isso só aconteceu em 2% dos casos estudados até agora”, aponta Carvalho.
Para a bexiga
Outra aprovação recente do pembrolizumabe no Brasil é para o carcinoma urotelial, o tipo mais comum de câncer de bexiga, que atinge mais homens acima dos 65 anos e está relacionado especialmente ao cigarro. “A mortalidade desse câncer, embora relativamente pequena, manteve-se estável nos últimos anos, porque não tivemos grandes avanços no tratamento”, contextualiza Carvalho.
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