Médicos do Paraná debatem permanência no atendimento pós-infecção por covid
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O Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) se manifestou contrário à proposta do Ministério da Saúde de reduzir a quarentena para profissionais de saúde, que teriam de voltar a trabalhar mesmo infectados por covid-19. A possibilidade foi levantada pelo próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na última sexta-feira (7).
“Não se pode comparar e aplicar a redução do isolamento de pacientes com o trabalho dos profissionais de Saúde. Os médicos e enfermeiros têm exposição a altas cargas virais nas unidades de Saúde, onde o volume de pessoas contaminadas e transmissoras possibilita reinfecções sucessivas e agrava o quadro daqueles que estão em convalescença”, afirmou Marlus Volney de Morais, presidente do Simepar.
O ministro da Saúde já havia anunciado à imprensa que a pasta analisa a possibilidade de reduzir para cinco dias o tempo necessário de isolamento para pacientes infectados com o coronavírus. Atualmente, o ministério recomenda quarentena de 10 a 14 dias para quem testar positivo para a doença.
De acordo com Queiroga, o governo federal entende que trabalhadores da saúde que testaram positivo mas não apresentam sintomas podem fazer parte da linha de frente no atendimento aos pacientes com covid-19. “Se eu não me engano, o CDC [Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos] já deu essa recomendação [reduzir o isolamento dos pacientes assintomáticos com Ômicron]. O governo francês está, inclusive, autorizando profissionais de saúde que estão positivos a atender na linha de frente, por conta do número de casos. Então, isso está sendo analisado”, disse Queiroga.
Paraná
Para o Simepar, a possibilidade de evitar o isolamento dos profissionais da linha de frente do atendimento é temerária para a Saúde Pública e cruel para os trabalhadores. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e a Prefeitura de Curitiba, que publicaram diretrizes recentemente, seriam necessários pelo menos sete dias de isolamento para a total recuperação dos pacientes.
Segundo Marlus Morais, a atitude mais correta seria disponibilizar teleatendimento maciço para evitar o deslocamento das pessoas e conseguir manter tanto os pacientes como os profissionais abrigados da contaminação desnecessária.
“Já alertamos para a necessidade de chamar profissionais já concursados para aumentar a oferta de cuidados. Com o recente e veloz crescimento de contaminações é fundamental que os órgãos públicos disponibilizem recursos para estancar os danos que a pandemia pode ainda causar em todo o sistema e evitar novo colapso. Essa deve ser a atitude de quem aprendeu com os dois anos da pandemia que ainda vivemos”, explicou.
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