Casos de sífilis aumentam 1.031% em Campinas em 6 anos; veja como tratar

21/08/2017

Casos de sífilis aumentam 1.031% em Campinas em 6 anos; veja como tratar

21/08/2017

O número de casos de sífilis em Campinas (SP) aumentou 1.031% nos últimos seis anos. A doença, com transmissão predominantemente sexual, é de notificação obrigatória. De acordo com o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), os registros saltaram de 121 pessoas em 2010 para 1369 em 2016. Só este ano já foram contabilizadas 694 ocorrências.

A médica infectologista do Devisa Valéria Almeida alerta que a doença pode passar despercebida para algumas pessoas, por se tratar de uma ferida, muitas vezes pequena, e indolor. Nas gestantes doentes, inclusive, a mulher pode transmitir para o bebê.

Segundo os dados divulgados pelo Devisa, considerando o número total de casos desde 2010 – 6.158 até 21 de julho -, 45,6% das pessoas contaminadas têm entre 10 e 34 anos.

Considerando a população sexualmente ativa, de 20 a 34 anos, foram 2234 casos desde 2010, ano em que a notificação passou a ser obrigatória.


Quatro fases da doença

A infectologista explica que a sifilis tem quatro fases clínicas. A sifilis primária é quando a pessoa acabou de adquirir e a doença se manifesta com uma ferida na região genital.

A secundária afeta aqueles que não identificaram e trataram a fase primária. Em até seis meses podem aparecer manchas pelo corpo, febre baixa e perda de cabelo.

 

Em seguida, a fase terciária só é percebida entre 10 e 30 anos após o momento em que a sífilis foi adquirida. Mais grave, podem aparecer alterações cardíacas, quadros de acidente vascular cerebral (AVC) e aneurisma de aorta.

 

A última forma possível de apresentação da doença é quando a pessoa tem a bactéria, mas não manifesta os sintomas. É a forma latente. Só é possível detectar com exame de sangue.

Risco em gestantes

No caso das gestantes, o exame para verificar sífilis é feito como parte do pré-natal, no entanto, segundo a médica, em alguns casos, ele não é solicitado por médicos da rede particular.

Se a gestante não tratar, o bebê, além de nascer infectado, pode ter más formações na arcada dentária, ossos pelo corpo e outras complicações graves que podem levar à morte.

o adulto não tratado pode ter risco aumentado de avc e aneurisma de aorta, que, quando não diagnosticados precocemente e tratados podem levar à morte.

 

Identificação e tratamento

A sífilis não é difícil de ser tratada, segundo Valéria. O paciente recebe de uma a três doses do antibiótico injetável penicilina benzatina, conhecida popularmente como benzetacil, de acordo com a fase da doença em que ele está.

Nas gestantes que apresentaram resultado positivo para a doença, são aplicadas três doses. “A medicação não afeta a gestação e é segura para o bebê e para a grávida”, afirma Valéria.

A infectologista ressalta que o tratamento precisa ser feito junto com o parceiro, pois há o risco da mulher ser infectada novamente ainda durante a gestação. Valéria relata que há resistências em relação ao tratamento.


Exame e teste rápido

Um exame para verificar a infecção pela bactéria causadora da sífilis pode ser feito por todas as pessoas, em Campinas, nas unidades básicas de saúde.


Também há a disponibilidade de um teste rápido, com resultado em 1 hora, nos dois Centros de Testagem e Aconselhamentos da cidade. Os CTAs são localizados no Hospital Ouro Verde (das 8h às 18h) e no Centro, Rua Regente Feijó, 637 (das 10h às 17h).

Fonte: G1

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