23/10/2017
23/10/2017
Médicos do Icismep pediram demissão e Prefeitura fica omissa em relação ao problema e não toma atitude para salvar a saúde.
O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais denuncia à sociedade e imprensa mineira a grave situação de desassistência à saúde em Betim. Desde a última 5ª feira, dia 19 de outubro, o Hospital Regional e a Maternidade Pública estão sem profissionais suficientes para cobertura dos plantões de especialidades como anestesiologistas, obstetras, cirurgiões e clínicos gerais.
A situação é fruto do descaso da prefeitura que não tomou nenhuma providência para suprir a falta de profissionais nestas unidades, após os médicos vinculados ao Icismep- Instituição de Cooperação Intermunicipal do Médio Paraopeba- que presta serviços complementares de saúde a 30 cidades, incluindo Betim, pedirem demissão na última quinta-feira, dia 19 de outubro, ao receberem comunicado de redução em 20% o valor dos plantões.
Com isto, os servidores médicos efetivos do município, que é um número reduzido deles, estão sobrecarregados e não conseguem atender a demanda elevada e os plantões estão ficando descobertos. E a gravidade da situação é elevada já que os pacientes não podem esperar por uma assistência; como no caso de gestantes que chegam a todo o momento e precisam ser encaminhadas para outro hospital.
Relatos de uma situação triste na saúde de Betim
Os poucos médicos que estão atendendo a demanda no Hospital e na Maternidade Pública relatam a triste situação. Alguns, ficaram de plantão por 72 horas neste final de semana, tendo que atender pacientes graves, encaminhar outros e evitar situações complicadas. Outros, atendem demandas das duas unidades, para que haja pelo menos uma mínima assistência.
“…aqui estou eu, nesta madrugada, único obstetra presente na maternidade (pois sou do quadro de efetivos), trabalhando fora da minha escala, a postos para atender alguma emergência absoluta e evitar mortes”, declara o médico.
E continua: “Há anos meu salário não é reajustado. Nem um centavo. E ainda escuto que devo me considerar um privilegiado por estar recebendo em dia. Trabalhar e receber o que me é devido virou dívida de gratidão!!!”
O sindicato denuncia a situação triste e grave e exige que a Prefeitura de Betim tome providências urgentes para solucionar este problema. Manter o atendimento na saúde é um DEVER da gestão, que não pode ser omissa e negligente com a situação.
Além disso, os médicos efetivos de Betim que são verdadeiros lutadores, sem reajuste digno e convivendo com parte da saúde sendo administrada pelo ICismep, merecem o respeito e a dignidade para trabalhar. Sobrecarga é injusta e indigna para qualquer profissional, principalmente para aqueles que cuidam da saúde da população.
Não adianta a área econômica do município fazer e refazer contas de CORTES DE RECURSOS quando os usuários estão a cada dia mais dependentes do SUS. Se há que se fazer cortes, eles devem ser longe, bem longe da Saúde.
“Enfrentamos a pior crise do SUS de Betim. Estamos sem médicos em serviços de urgência,expondo a população a enormes riscos.Precisamos do apoio da mídia,da população, dos conselhos de saude e do socorro dos governantes. A equipe de médicos efetivos, está se desdobrando para não deixar as maternidades fecharem ,mas não aguentaremos tanta sobrecarga. Precisamos da ajuda de todos”. Esta é mais uma declaração de médica efetiva em Betim.
Respeite os médicos, senhor Prefeito! Exigimos isso como representante dos médicos e defensores de uma saude digna para todos.
Fonte: Sinmed-MG