PR: Dia Internacional da Mulher: brasileiras continuam ganhando menos que os homens

08/03/2018

PR: Dia Internacional da Mulher: brasileiras continuam ganhando menos que os homens

08/03/2018

No dia Internacional da Mulher, celebrado hoje, 8 de março, a mulher brasileira ainda tem muito a conquistar. O IBGE divulgou ontem quarta,  o estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil” que indicam que as mulheres trabalham, em média, três horas por semana a mais do que os homens, combinando trabalhos remunerados, afazeres domésticos e cuidados de pessoas. Mesmo assim, e ainda contando com um nível educacional mais alto, elas ganham, em média, 76,5% do rendimento dos homens.

Vários fatores contribuem para as diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Em 2016, as mulheres dedicavam, em média, 18 horas semanais a cuidados de pessoas ou afazeres domésticos, 73% a mais do que os homens (10,5 horas). A diferença chegava a 80% no Nordeste (19 contra 10,5). Para o IBGE, isto explica, em parte, a proporção de mulheres ocupadas em trabalhos por tempo parcial, de até 30 horas semanais, ser o dobro da de homens (28,2% das mulheres ocupadas, contra 14,1% dos homens).

Em 2016, as mulheres de 15 a 17 anos de idade tinham frequência escolar líquida (proporção de pessoas que frequentam escola no nível de ensino adequado a sua faixa etária) de 73,5% para o ensino médio, contra 63,2% dos homens. Isso significa que 36,8% dos homens estavam em situação de atraso escolar. Na desagregação por cor ou raça, 30,7% das pretas ou pardas de 15 a 17 anos de idade apresentaram atraso escolar em relação ao ensino médio, face a 19,9% das mulheres brancas. Comparando-se gênero e cor ou raça, o atraso escolar das mulheres brancas estava mais distante do registrado entre os homens negros ou pardos (42,7%).

Essa trajetória escolar desigual, relacionada a papéis de gênero e à entrada precoce dos homens no mercado de trabalho, faz com que as mulheres tenham um maior nível de instrução. Na faixa dos 25 a 44 anos de idade, 21,5% das mulheres tinham completado a graduação, contra 15,6% dos homens.  Desagregando-se a população de 25 anos ou mais de idade com ensino superior completo por cor ou raça, as mulheres brancas estão à frente, com 23,5%, seguidas pelos homens brancos, com 20,7%; bem abaixo estão as mulheres negras ou pardas, com 10,4% e, por fim, os homens negros ou pardos, com 7,0%.

Mulher Médica

Por muitos anos, as mulheres tiveram negada a sua inserção na profissão médica.  Foi somente com a Primeira Guerra Mundial que as mulheres passaram a ganhar espaço no meio médico. Apesar de receberem menos honrarias e de serem menos aceitas, as mulheres médicas foram necessárias para substituir os homens médicos que haviam sido convocados para a guerra. No ano de 1922, foi criada a Associação Internacional das Médicas e, na Segunda Guerra Mundial, as mulheres já participavam efetivamente junto ao corpo médico masculino, tanto nas forças militares como nos serviços de urgência.

Para lembrar a data, a Federação Nacional dos Médicos (FENAM) resgata a história de Rita Lobato, a primeira médica formada no Brasil. Nascida em 1866, em São Pedro do Rio Grande (RS), decidiu que queria ser médica ainda na infância. Após lutar contra o preconceito, conquistou o tão sonhado diploma no ano de 1887, época em que a profissão ainda era exclusivamente composta por homens. Pouco tempo depois, serviu como exemplo para Ermelinda Lopes de Vasconcelos e Antonieta César Dias, que também se tornaram médicas dois anos depois.

De acordo com pesquisa pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP em associação ao Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), o número de mulheres que ingressam nos cursos de Medicina já é maior que o número de homens. Entre os médicos com 29 anos ou menos, as mulheres são maioria. Em 2012, essa tendência se confirmou. Dos 51.070 médicos nessa faixa etária, 54,50% são mulheres e 45,50% são homens.

Fonte: FENAM


 
Origem do 8 março

No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Fonte: Simepar

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