MEC suspende ingresso de novos residentes nos hospitais universitários

08/01/2018

MEC suspende ingresso de novos residentes nos hospitais universitários

08/01/2018

Após visita técnica, a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), do Ministério da Educação (MEC), decide suspender os programas de residência médica do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, conhecido como Hospital do Fundão, ligado a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A decisão foi tomada depois da constatação da falta de estrutura mínima dos hospitais.
 

O Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), em Vila Isabel, é referência em diferentes especialidades, como transplantes, e conta com cerca de 2.700 funcionários e o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, conhecido como Hospital do Fundão, possui 262 leitos. Os dois hospitais são responsáveis pela formação de recursos humanos para a área da saúde, por pesquisas e são referências no tratamento de alta complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. 
 

O parecer da CNRM coloca todos os programas de residência médica da UERJ em supervisão, modalidade diligência por 90 dias para adequações determinadas pela CNRM e suspende edital de seleção para ingresso de residente em 2018. Segundo a direção da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da UERJ, o processo seletivo inicialmente marcado para o dia 13 de janeiro fica adiado para o dia 3 de fevereiro, caso seja retirado essa suspensão.  
 

Em nota, a direção da FCM disse estar trabalhando para fortalecer a luta pelas melhores condições de ensino para os residentes: “Acreditamos que existem condições plenas para a retirada da diligência na próxima Plenária da CNRM, com realização do processo seletivo para Residência Médica no início de fevereiro. A FCM permanece fiel à sua história de excelência e acredita na formação de médicos altamente qualificados”.
 

No hospital da UFRJ, as provas já foram realizadas, inclusive já está disponível a lista dos aprovados, mas o início das atividades para 180 novos residentes, programado para março. No entanto, a CNRM decidiu também colocar todos os programas de residência médica em supervisão, modalidade diligência por 120 dias para adequações determinadas pela CNRM. 
 

A Federação Nacional dos Médicos (FENAM) têm representantes que atuam na CNRM e para o presidente da entidade, Dr. Jorge Darze, a Comissão agiu dentro das normas estabelecidas e, inclusive, nada do que foi apontado é novo para o Ministério da Educação. A crise do Rio de Janeiro tem sido denunciada pela mídia há vários anos. 
 

Dr. Darze considera que a Comissão possui uma estrutura imune a pressões políticas e é democrática. A Comissão é a instância maior da hierarquia da Residência Médica e tem a competência de planejar e fiscalizar todos os programas no país. “A FENAM vai fazer tudo que está ao seu alcance para que esses programas de Residência Médica funcionem de maneira adequada, já que são patrimônios não dos médicos, mas de toda a população, porque é com o dinheiro público que é formado especialista pra atender à população. Desejamos que a CNRM e essas unidades hospitalares cheguem a um acordo de superação das dificuldades existentes e a FENAM estará junta nessa luta em defesa da residência médica de boa qualidade”, relata o presidente da entidade.
 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Governador Valadares (Sinmed-GV) e representante da FENAM na CNRM, Dr. Adhemar Figueiredo, a diligência tenta garantir que não haja prejuízos à formação do residente, pois existem períodos de até um ano para uma especialização médica. 


Fonte: FENAM com informações da JBFM, O Globo

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