23/06/2017
23/06/2017
A Federação Nacional dos Médicos (FENAM), representada pelo secretário de Comunicação, Jorge Darze, participou nessa quarta-feira (21), de assembleia para decidir sobre o movimento em defesa do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), no Rio de Janeiro (RJ).
Convocada pelo corpo clínico do Hospital de Bonsucesso, a FENAM reuniu-se, no auditório da maternidade do Hospital, com cerca de 200 profissionais da Saúde e debateu problemática enfrentada pelos profissionais de saúde.
Entenda a crise
O Rio de Janeiro possui uma rede de hospitais federais, geridos pelo Ministério da Saúde, que atendem principalmente a alta complexidade e três desses hospitais tem emergência aberta 24 horas (um deles é o HFB). Essa rede vem a algum tempo sofrendo repercussões de uma crise que tem comprometido vários setores dessas unidades. A principal causa é a ausência de uma politica de recursos humanos que substitua o quadro de servidores que está se aposentando, pois não há a reposição necessária para suprir a carência destes profissionais.
Serviços importantes destes hospitais tem hoje grande dificuldade para seu funcionamento em função do defict de funcionários, principalmente de médicos. “Sem fazer concurso há vários anos o Ministério da Saúde vem se valendo de uma mão de obra temporária para suprir este déficit”, esclareceu Dr. Darze.
O secretário destacou ainda que muitos dos contratos temporários concluíram sua validade e estes profissionais estão sendo demitidos sem que se tenha a reposição necessária para garantir a continuidade do atendimento à população.
No Hospital Federal de Bonsucesso, o setor de emergência foi fechado para obras de reformas há cerca de seis anos. Para que não houvesse a interrupção do atendimento do setor de emergência foi construída uma unidade improvisada utilizando contêineres (apelidada de emergência de lata). Mas, ainda hoje a reforma não foi finalizada.
Com a perda da mão de obra temporária, as equipes do setor de emergência se desfalcaram de tal maneira a ponto de que no último domingo (17), apenas um médico desempenhava esta função colocando em risco seu funcionamento, o que levou na manhã seguinte ao fechamento deste setor tornando-o unidade de atendimento referenciada, ou seja, não mantinha a porta de atendimento a pacientes em necessidade de socorro imediato.
Essa situação levou o chefe do setor de emergência, Dr. Julio Noronha a denunciar esta situação ao Ministério Público Federal (MPF) repercutindo em todos os meios de comunicação. Para agravar ainda mais a situação, o governo federal promove uma retaliação deste profissional e exonera Dr Noronha do cargo do cargo de chefe da divisão de emergência.
Pontos da assembleia
A pauta da assembleia teve como destaque a utilização do ponto biométrico para verificar a frequência de trabalho. Darze disse que a atual tecnologia empregada coloca em risco a confirmação da presença e é incompatível com o trabalho médico e dos demais profissionais de saúde, pois estes profissionais sabem a hora que iniciam as atividades, mas nunca quando terminam. “Uma das decisões da assembleia foi negar o uso destas máquinas e inclusive algumas foram lacradas logo após a conclusão da assembleia”, destacou.
A FENAM se responsabilizou em agendar uma audiência com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) para tratar do assunto. A reunião foi agendada para o fim do dia desta quinta-feira (22).
Fonte:
FENAM