A Federação Nacional dos Médicos (Fenam) promoveu, na noite da quarta-feira (12), uma reunião com diretores de sindicatos médicos de todo o Brasil. O encontro teve como foco principal o fortalecimento da comunicação sindical, o debate sobre propostas jurídicas e institucionais e a definição de estratégias conjuntas para defesa dos médicos em âmbito nacional.

Entre os temas abordados, destacou-se a proposta de criação da Rede Fenam, iniciativa voltada à integração entre os sindicatos médicos e a Federação. A ideia é estabelecer um fluxo de colaboração mútua, permitindo que as entidades regionais produzam conteúdos informativos que possam ser divulgados nacionalmente, enquanto a Fenam compartilha materiais e informações estratégicas com seus parceiros estaduais. O objetivo é ampliar o alcance das notícias do movimento sindical médico, fortalecer a rede de comunicação e garantir que as informações cheguem de forma ágil aos profissionais de saúde em todas as regiões do país.

Durante o encontro, o escritório jurídico Ridel, responsável pelo assessoramento da Fenam, apresentou um conjunto de propostas voltadas ao fortalecimento financeiro e institucional dos sindicatos. Entre as iniciativas, estão convênios e programas que possibilitarão o acesso das entidades a planos de saúde, seguros previdenciários e de aposentadoria em grupos fechados, por meio de operadoras nacionais. Os rendimentos gerados por essas parcerias poderão contribuir para a sustentabilidade financeira dos sindicatos, ampliando sua capacidade de atuação.

Outro da pauta foi o relacionamento da Fenam com o Governo Federal, especialmente em temas relacionados à Associação Médicos pelo Brasil e ao Programa Mais Médicos. A Federação relatou as tratativas com o Ministério da Saúde para adiar o prazo de migração dos profissionais do Médicos pelo Brasil para o Mais Médicos até janeiro de 2026. A medida, apoiada pelo Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Felipe Proenço, permitirá que, nesse período, a Fenam e a Associação Médicos pelo Brasil busquem uma solução judicial que viabilize a realização de nova prova de especialidade, garantindo a continuidade de carreira dos médicos dentro do programa federal.

Também entrou em pauta o projeto ENAMED, iniciativa do Governo Federal que prevê a avaliação periódica dos estudantes de medicina ao longo da graduação, com possibilidade de sanções as faculdades que não atingirem desempenho mínimo. A Fenam foi convidada a participar de uma reunião com o Ministério da Saúde para tomar conhecimento e discutir o modelo proposto e seus impactos sobre a formação médica no país.

A agenda de 2026 também começou a ser delineada. Foi aprovada a criação da Confederação Nacional dos Médicos, um marco histórico para a representação da categoria. A proposta inclui a constituição de até três federações auxiliares, necessárias para formalizar a nova entidade nacional. A Fenam ficará responsável pelo custeio das assembleias, editais e demais etapas burocráticas do processo.

Por fim, foi debatida a importância de uma aproximação institucional com a Associação Médica Brasileira (AMB) e com as sociedades de especialidades, especialmente por meio de suas diretorias de defesa profissional. O objetivo é unificar esforços na luta contra a precarização do trabalho médico, marcada por terceirizações e pejotizações que têm fragilizado as relações trabalhistas no setor.

Os dirigentes também discutiram a necessidade de atuar junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para garantir o cumprimento da legislação que determina a realização de negociações anuais entre médicos e operadoras de planos de saúde, assegurando melhores condições de remuneração e trabalho aos profissionais.