26/04/2018
26/04/2018
Desestímulo é a palavra que melhor define o estado de ânimo dos médicos do Samu de Ilhéus, que não descartam a possibilidade de parar, como último recurso na luta por melhores condições de trabalho. Além do baixo salário, apenas uma das quatro ambulâncias está rodando. O adicional de insalubridade não é pago há um ano e quatro meses, as instalações são precárias e a expectativa de melhoria da situação se volta agora para uma reunião com a secretária municipal de Saúde, Elizângela Oliveira, agendada para a próxima sexta-feira (27) às 9h.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Ilhéus reúne cerca de 12 médicos e trabalha desfalcado diante da saída de cinco profissionais concursados, que se revoltaram contra as condições de trabalho. O presidente do Sindimed, Francisco Magalhães, foi procurado pelos médicos e critica a não reposição dos postos de trabalho descobertos com a saída de profissionais desestimulados. O salário líquido do médico não passa de R$ 3.600, sendo considerado um dos mais baixos da Bahia, para um regime de 24 horas semanais.
Devido à carência, o Samu de Ilhéus, que regula mais sete municípios do entorno, teve de concentrar na única ambulância em operação os serviços de unidade avançada e básica ao mesmo tempo. Numa escala de trabalho com buracos, o médico de plantão não pode largar a Central de Regulação e sair para atender. Uma motolância dá apoio aos atendimentos, mas só até as 17h. Ferimentos com armas de fogo e armas brancas e acidentes automobilísticos são apenas algumas das demandas do Samu de Ilhéus, cuja população há algum tempo já sente as deficiências do serviço e, com muita razão, exige um atendimento decente.
Fonte: Sindimed-BA