20/11/2017
20/11/2017
O governador Rui Costa mostrou, mais uma vez, falta de preparo para o exercício do cargo. Criticou a moratória de 5 anos na abertura de novas escolas médicas, alegando uma suposta escassez de profissionais. Já tinha, durante uma viagem a Cuba, afirmado que faltavam pediatras e anestesistas. Ignorou, por má fé ou ignorância, o crescimento exponencial, na última década, do número de médicos formados anualmente na Bahia, fato que já se traduz em desemprego na medicina. Pior: omitiu que seu governo tem cortado sistematicamente postos de trabalho de médicos e, por conseguinte, reduzido a capacidade de atendimento à população.
Logo no inicio da sua gestão, em 2015, um terço dos médicos da UTI Geral do Hospital Roberto Santos (HGRS) foram demitidos. No natal de 2016, as comunidades do Subúrbio e de São Caetano receberam um presente de grego: as UPAs de Escada e São Caetano foram fechadas subitamente, um corte de mais de 80 postos de trabalho. A unidade de pediatria do Ernesto Simões foi fechada ao mesmo tempo em que o número de plantonistas da emergência de pediatria era cortado pela metade. O número de profissionais também foi reduzido na Maternidade de Referência e, mais recentemente, um terço dos ortopedistas do Menandro de Faria foi demitido de um dia para o outro. O governo planeja ainda fechar quatro hospitais psiquiátricos.
Em todas essas situações, o Sindimed atuou denunciando às autoridades competentes e cobrando a reversão das medidas arbitrárias e irresponsáveis. E o governador não pode alegar desconhecimento, pelo menos em relação ao fechamento da UPA de Escada, tendo em vista a manifestação em frente a governadoria pela reabertura da unidade.
Para o vice-presidente do Sindimed, Luiz Américo, que acompanhou as mobilizações contra os cortes de postos de trabalho, existe um distanciamento entre o discurso de Rui Costa e as suas ações. “O governador, de maneira oportunista, tenta passar a ideia que o acesso restrito da população aos médicos decorre da escassez de profissionais. Ao mesmo tempo, os atos de seu governo vão no sentido de restringir a capacidade de atendimento das unidades sob sua responsabilidade. Se tivesse mesmo faltando médicos, o governo não estaria demitindo e arrochando os salários da forma como está”. disparou o sindicalista.
Fonte: Sindimed-BA