08/12/2017
08/12/2017
O Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed-BA), continua a pressionar a prefeitura de Teixeira de Freitas (no sul baiano) a pagar os salários de abril de 2017 aos cerca de 100 médicos do Hospital Regional. Diante da resistência do Executivo municipal em pagar o que deve, o sindicato decidiu pedir à juíza do Trabalho daquele município que determine o sequestro do valor devido, em favor dos profissionais. A informação é do seu presidente, Francisco Magalhães, que no dia 4 participou de uma audiência sobre o assunto na Justiça do Trabalho, onde representantes da prefeitura mantiveram novamente uma postura intransigente.
O caso está judicializado e a expectativa é de que o pedido à Justiça seja aceito, para que os profissionais recebam pelo trabalho desenvolvido no Hospital Regional de Teixeira de Freitas, cidade a 690 km de Salvador. O presidente do Sindimed lembrou que está marcada para 31 de janeiro uma audiência na representação regional do Ministério Público da Bahia, que discutirá a questão dos médicos concursados em 2016. Por pressão do Sindimed, os gestores municipais se comprometeram a nomear até o dia 28 de fevereiro os médicos concursados, em substituição aos atualmente contratados como PJ. Magalhães disse que o sindicato permanecerá atento à questão.
Já em Eunápolis, 162 km ao norte daquela cidade, Francisco Magalhães visitou no dia 5 o Hospital Regional juntamente com o diretor sindical no extremo sul, Fernando Correlo. Além de ouvir vários médicos, o presidente do Sindimed discutiu os preparativos para a inauguração de uma sede do Sindmed na cidade, programada para o final de janeiro. Uma representação do sindical naquela região reforçará as ações da entidade, sempre procurada por médicos que de forma recorrente denunciam condições de trabalho e questões relacionadas à remuneração.
Porto Seguro e Cabrália
Em sua visita ao sul da Bahia, Francisco Magalhães também se reuniu com os médicos de Porto Seguro, a 700 km de Salvador. O Sindimed ficou de encaminhar para os gestores municipais queixas sobre a ausência de reajuste salarial. Em Santa Cruz Cabrália, cidade vizinha de Porto Seguro, o alvo das queixas é o PSF onde, além de salários congelados, falta material e vários tipos de medicamentos, entre os quais os anti-hipertensivos. Segundo uma médica denunciante, costumam faltar também anticoncepcionais injetáveis e medicações endovenosas necessárias para casos de urgência, como crise convulsiva, crise asmática.
Ainda segundo a denunciante, na UBS falta material de limpeza e, especialmente durante as campanhas Outubro Rosa e Novembro Azul, faltou lanche para os pacientes. Há também grande dificuldade para se conseguir diferentes tipos de ultrassonografia e demora para liberar coleta de exames e sorologias de gestantes. A maioria das gestantes no terceiro trimestre vai para o hospital em trabalho de parto, sem resultados desses exames do último trimestre, segundo a denunciante.
Outra queixa é quanto à demora para obter consultas com especialistas, sendo que muitas vezes é preciso renovar os pedidos. Não é difícil se passar um ano sem respostas sobre as marcações. Também falta transporte da prefeitura levar equipes a localidades rurais mais distantes. A UBS está com infiltrações, sem aparelho de ar-condicionado e em alguns dias falta água encanada.