29/09/2017
29/09/2017
A guarda municipal de Belo Horizonte deu ordem de prisão a um servidor, em Centro de Saúde da Regional Noroeste, ontem, 5ª feira, após ser questionado por não estar no seu posto de trabalho. Na mesma unidade, nesta 6ª feira, dia 29 de setembro, bandidos armados amedrontaram pacientes e servidores no final da manhã e levarem objetos e pertences pessoais dos pacientes e servidores que estavam trabalhando. Horas depois, no início da tarde, o mesmo acontecimento em outra unidade de saúde, na Regional Oeste de Belo Horizonte.
A situação caótica é reflexo da falta de controle da gestão para conter a violência e a segurança especialmente nas unidades de saúde; locais os quais deveriam ser destinados a cuidar da população, agora são focos de uma triste realidade.
E o Sinmed-MG, mais uma vez, cobra do prefeito Kalil: onde está o carinho com a população e os servidores? E as medidas para conter esta violência que só aumentam as estatísticas? O senhor ainda acredita que porteiros e/ou guarda-municipais não são necessários nas unidades básicas de saúde e nos hospitais? Bandidos já não estão somente nas ruas, senhor prefeito, mas já dominam centros de saúde e UPA’s.
A diretoria do sindicato quer uma resposta efetiva da prefeitura em relação a esta situação. Somente nos últimos três meses, foram mais de 100 notificações realizadas via o formulário “Fluxo de abordagem dos episódios de violência nos serviços da SMSA de BH”. Números que podem ser ainda maiores, visto que nem todos os médicos e servidores tornam público as agressões. O documento foi elaborado pela Mesa de Negociações do SUS (MESUS) de Belo Horizonte, com o objetivo de garantir orientações de condutas diante dos episódios de violência e registrar os casos ocorridos.
Registrar violências não é suficiente para acabar com tanta insegurança. Os profissionais e pacientes sentem-se ameaçados diante da falta de controle nas unidades e muitos relatam que vão abandonar os postos de trabalho. Centros de saúde não têm porteiros, não têm guarda municipal e não oferecem qualquer tipo de barreira para orientação e encaminhamento adequado dos pacientes que ali chegam. E nas UPAs, a situação também é crítica, já que durante o dia, ficam expostos a falta de segurança.
O Sinmed-MG não vai ser passivo com toda esta insegurança que ameaça o atendimento à saúde da população. E por isso, quer reforçar a participação dos médicos na assembleia do dia 3 de outubro. E caso a prefeitura não tome providências necessárias, a categoria poderá definir por greve. Ainda há tempo de mudar esta realidade, antes que o caos se instale de forma definitivamente nas unidades da capital.
Ações do sindicato: incansável na busca de soluções
Diante desse verdadeiro caos, o Sinmed-MG tem se movimentado de várias formas. Além de vários ofícios e presença em diversas reuniões para discutir o assunto, o sindicato enviou à Prefeitura uma notificação extrajudicial questionando a retirada da guarda municipal das UPAs.
O sindicato também participou, como membro da Mesa SUS, da elaboração do “Fluxo de abordagem dos episódios de violência nos serviços da Secretaria Municipal de Saúde de BH”. O documento, afixado nas unidades de saúde, orienta os médicos sobre como proceder em caso de episódios de agressão seja física, psicológica, verbal, sexual, negligência, institucional etc. Também é fundamental para um levantamento mais fiel dos casos de violência.
Participa ainda de uma Comissão de Trabalho formada por representantes dos gestores, do Sinmed-MG e do Sindibel, cuja última reunião aconteceu em 26 de junho.
“Temos pedido encarecidamente ao prefeito para que tome uma atitude e assuma para si a responsabilidade de resolver essa situação que todos os profissionais estão vivendo nas unidades de saúde e também a população que utiliza os serviços”, afirmou o diretor do sindicato, André Christiano dos Santos.
Apesar das diversas mobilizações e denúncias, o sindicato lamenta que a Prefeitura não tenha ainda apresentado uma solução efetiva para o problema e teme que, sem segurança adequada, o pior possa acontecer com os trabalhadores da saúde e a população.
Fonte: Sinmed-MG