MG: Maternidade Odete Valadares pede socorro

17/11/2017

MG: Maternidade Odete Valadares pede socorro

17/11/2017

O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais denuncia: a Maternidade Odete Valadares, referência nacional no atendimento a gestantes e bebês de alto risco, pede socorro! Com 164 leitos ativos, a maternidade, que é uma referência no atendimento a gestações de alto risco, atende a população carente de Belo Horizonte e Região Metropolitana, realizando em média, de 300 a 350 partos por mês.

Falta de estrutura e de equipamentos, equipes incompletas, sucateamento são comuns em todas as unidades da rede estadual, refletindo o descaso do governo do Estado com a saúde. A MOV é mais um retrato dessa triste realidade.

Para conhecer melhor as condições de trabalho e assistência à população nas unidades de saúde, o Sindicato dos Médicos criou o “Sinmed-MG in Loco”. No Estado, além da visita à MOV, os diretores estiveram no Hospital João XXIII, Hospital Infantil João Paulo II, Alberto Cavalcanti, Galba Velloso e Julia Kubitscheck.

Na MOV, descuido começa da fachada da maternidade

A fachada da MOV, na Avenida do Contorno – 9.494, no Prado, toda suja e descascada, com placas de identificação em completo abandono, rabiscadas e quebradas, já reflete a situação das instalações internas. Funcionando em um prédio com 62 anos de existência, o hospital, que foi criado como uma “casa de parto” e traz boas lembranças a tantas famílias, não atende hoje as exigências mínimas de segurança. A ausência de rampas para transporte das macas aos CTIs é um exemplo disso, situação que se agrava quando os elevadores têm algum problema. O ar condicionado também não funciona a contento.

Na visita realizada pelo sindicato, chamou a atenção a grande quantidade de equipamentos e materiais diversos espalhados pelos corredores que, muitas vezes, parecem verdadeiros depósitos. Ao final de um corredor, os diretores se depararam inclusive com uma sala de enfermagem, alocada ali por falta de espaço e para que pacientes não sejam desalojados.

Os médicos da unidade relatam o drama: faltam monitores, cautério, “foco” na sala de cirurgia, entre outros. Na unidade sucateada, são comuns os vazamentos e entupimentos, devido a graves problemas na parte hidráulica, que ainda é antiga.

No dia 14 de novembro, o hospital não tinha nem ao menos papel-toalha para uso dos médicos e pacientes, e eles estavam usando compressas para secar as mãos.

A aparência geral das instalações é bastante precária, com portas estragadas, paredes envelhecidas e cadeiras rasgadas. Faltam materiais simples como copos e roupas de cama.

Plantões incompletos colocam a população em risco

Além dos problemas da falta de estrutura, a maternidade tem registrado constantes episódios de redução de profissionais, principalmente nos plantões de final de semana. Situação acompanhada de perto pelo sindicato, que imediatamente aciona a mídia para informar da situação.

Um exemplo recente aconteceu dias 28 e 29 de outubro, quando havia apenas dois obstetras, um anestesista e um pediatra para atender toda a demanda de gestantes que chegavam à maternidade. Segundo os médicos, seriam necessários, no mínimo, dois profissionais de cada especialidade na urgência, por plantão.

O sindicato entende que a situação é preocupante e tem denunciado há alguns meses a falta de profissionais. Muitos pediatras e outros especialistas, como obstetras e anestesiologistas, estão fazendo plantões extras para cobrir os “buracos” nas escalas de plantão.

O Sinmed-MG destaca que a situação caótica na MOV precisa mudar: não adianta apenas promessas, é preciso efetivamente ampliar as escalas de médicos e melhorar as condições de trabalho da unidade que é referência em obstetrícia no estado.

Aliado a situação dramática da saúde, os médicos da Maternidade, juntamente com os demais servidores médicos do estado, estão indignados com a falta de respeito por parte do governo, que está parcelando os salários desde 2016 e não está cumprindo a escala de pagamento. Por tais razões, no dia 9 de novembro, eles realizaram uma paralisação em protesto à situação e para mostrar o descaso da gestão com a categoria.

E para reforçar o protesto, na próxima 6ª feira, dia 17 de novembro, haverá um evento interno na maternidade e os médicos que vão participar, estarão vestidos de preto e com um adesivo de protesto com os dizeres: Apesar das inadequadas condições e da má remuneração, estamos trabalhando!

A busca por apoio da sociedade e da imprensa visa dar um basta à situação e também dizer ao governador Pimentel que a saúde está sucateada e os grandes hospitais, como é o caso da MOV, está à beira do caos.



Fonte: Sinmed-MG

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