Manter a greve. Essa foi a decisão tomada ontem, 24 de janeiro, por unanimidade, pelos médicos peritos ligados à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. A assembleia aconteceu na sede do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

Em greve desde 21 de dezembro último, os médicos peritos são responsáveis pelo atendimento de 240 mil servidores. Só na Central, são 30 consultórios e entre 200 e 300 perícias realizadas por dia.

A pauta de reivindicações da categoria inclui vários itens ligados às condições de trabalho. O retorno enviado pelo gestor foi considerado insatisfatório pelos peritos, pois nenhuma solução concreta foi dada. Não foi apresentado o que vai ser feito e nenhum cronograma para a melhoria das condições de trabalho e outros pontos da pauta.

Uma nova assembleia foi marcada para o dia 8 de fevereiro, às 19 horas, no Sindicato dos Médicos para avaliar o movimento. Até lá os médicos peritos permanecem em greve.

Sindicato constata precariedade na Central de Perícias (edifício Maleta)

Em visita realizada à Central de Perícias Médicas, no prédio Maleta em Belo Horizonte, dia 16 de janeiro, o Sindicato poder constatar vários problemas, a maioria deles decorrentes da falta de estrutura do prédio. Segundo os médicos, a situação na maioria das unidades do interior não é diferente.

Alguns problemas encontrados nas instalações da Central no Edifício Maleta:

• Instalações elétrica, hidráulica, iluminação e ventilação precárias.

• Falta de banheiros para os peritos e de pias nos consultórios.

• Muito barulho da rua e odor de gordura dos restaurantes do Maleta.

• Falta de segurança – médicos dizem sofrer ameaças de periciandos, e denunciam problemas como falta de detector de metais e inexistência de uma rota de fuga em situações críticas.

• Falta de privacidade: O que se fala num consultório é ouvido no outro, assim como na sala de espera e, de fora é possível enxergar tudo o que acontece lá dentro, com vários prédios vizinhos.

• Barulheira infernal nos consultórios “de frente”, virados para a Rua da Bahia.

• Falta de informatização, os arquivos são pastas físicas, que muitas vezes não chegam às mãos dos peritos, principalmente quando o periciando vem do interior.

Pauta de Reivindicações entregue aos gestores

– Pagamento de forma integral no quinto dia útil posterior ao mês trabalhado

– Pagamento integral imediato do décimo-terceiro

– Manutenção dos contratos dos médicos peritos até que sejam substituídos por posse de concursados

– Não punir com demissão médicos contratados que aderiram a greve

– Manutenção da nomenclatura Central de Perícias Médicas do Estado de Minas Gerais com separação efetiva de saúde ocupacional, incluindo a confecção da carteira funcional

– Manutenção oficial do acordo de trabalho por produção

– Revisão e reformulação do plano de carreira do médico perito

– Instituição de gratificação adicional da perícia no valor mensal de 50% do vencimento básico correspondente ao nível e grau de posicionamento do servidor na carreira de médico nos mesmos termos do acordo firmado com o grupo de servidores das atividades de gestão em 9/9/2016.

– Revisão do adicional de insalubridade e vínculo do mesmo ao salário do médico

– Reestruturação do serviço, condições mínimas de trabalho com consultórios adequados, sistema de segurança efetivo, logística funcional do trabalho, sistema de prontuários e informação informatizados.



Fonte: Sinmed-MG