07/02/2018
07/02/2018
Dados divulgados recentemente pelo Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) ao Conselho Federal de Medicina, apontam que cerca de R$ 174 bilhões deixaram de ser aplicados pelo Ministério da Saúde entre os anos de 2003 e 2017. Esse montante representa 11% do total autorizado para o M.S. no Orçamento Geral da União (OGU) durante o período, ou seja, cerca R$ 1,6 trilhão.
O pior é que quase metade dos recursos não utilizados deveria ter sido investido na realização de obras e compra de equipamentos médico-hospitalares para atender o Sistema Único de Saúde (SUS).
O Sinmed-MG entende que estes dados são “alarmantes” e representam a precarização da saúde no Brasil. Por isso, deparamos diariamente com situações dramáticas como a falta de leitos, equipamentos, filas enormes para cirurgias, condições inadequadas das unidades somado ao fechamento de hospitais em várias regiões do Brasil.
O reflexo dos 174 milhões não aplicados adequadamente é fruto da má administração e do descaso do governo com a população e com os profissionais que dedicam horas para cuidar da assistência à saúde pública.
O levantamento também revela que os recursos efetivamente utilizados pelo Ministério da Saúde em 2017 foram os menores dos últimos sete anos. Dos R$ 8,2 bilhões autorizados, somente R$ 2,9 bilhões (35,8%) foram efetivamente gastos, incluindo os restos a pagar quitados – compromissos assumidos em anos anteriores transferidos para os exercícios seguintes.
Diante de um cenário triste e de números reais, o povo brasileiro sobrevive com um sistema de saúde dando sinais claros de falência com problemas que se alastram por estados e municípios. Minas Gerais é um exemplo clássico dessa crise e pode-se comprovar através de dados estatísticos mostrando que, no período de 2011 a 2015, registramos uma redução de 3241 leitos hospitalares, ocupando o 2º lugar no país nesse ranking. Além disso, o governo arrasta dívidas com os municípios e mantém o desrespeito com os servidores ao atrasar e parcelar os salários e décimo-terceiro.
Somos contrários a tanto descaso, à falta de estrutura dos municípios mineiros que, sem equipamentos e unidades de saúde, fazem pacientes se deslocarem para a capital mineira, a fim de conseguirem assistência. O sindicato não concorda com a falta de investimentos na saúde e o descaso de gestores com as queixas e relatos de profissionais e população usuária do SUS.
O Sinmed-MG, como entidade representativa dos médicos e de uma saúde de qualidade para a população, não se cala diante do subfinancimento e das mazelas. Nosso compromisso é indignar-se sempre e denunciar e por isso, não apenas protestamos mas agimos ao denunciar oficialmente ao Ministério Público os problemas na saúde do estado e municípios; propor e realizar centenas de reuniões com os gestores e mobilizar os médicos contra o grave problema da saúde que assola o país.
Fonte: Sinmed-MG