25/01/2018
25/01/2018
“…Pois deixe de atender, doutora. Se a senhora está sendo mal atendida num restaurante, o que é que a senhora faz? Não sai de lá e procura um outro?… Aqui é a mesma coisa, doutora…”, declara Álvaro Inácio Silva Neto, diretor administrativo financeiro do PMT SAÚDE, em resposta ao Simepi, sobre as reivindicações da categoria médica.
Após o anúncio na imprensa da paralisação dos atendimentos e procedimentos do PMT SAÚDE (IPMT) e das inúmeras tentativas de negociação não atendidas, o presidente do plano de saúde, Paulo Dantas, acompanhado do diretor administrativo financeiro, Álvaro Silva Neto, e do auditor George Hilário dos Santos, recebeu a diretoria do Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí – Simepi na manhã do último dia 22 na sede do órgão.
Durante a reunião, a diretoria do plano agiu de forma beligerante e ofensiva contra os representantes da classe médica presentes, o presidente Samuel Rêgo e os diretores Renato Leal e Lúcia Santos.
A atitude da diretoria do plano é um reflexo de como os médicos credenciados são tratados, desrespeitados e humilhados. O Simepi vem lutando pelos direitos dos médicos prestadores de serviço que, ao longo dos últimos anos, vêm desempenhando o seu trabalho de forma precária e com repasses atrasados, que chegam a demorar de quatro a seis meses para serem efetuados, realizando glosas em exames previamente autorizados, impedindo os médicos de solicitar os exames necessários aos pacientes e suspendendo arbitrariamente os médicos que se recusam a aceitar as imposições do plano contrárias ao exercício da boa medicina. O desmedido excesso de burocracia e de custos repassados aos médicos, além da ausência de um contrato formal, são outras das denúncias registradas pelo sindicato.
A representante do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), que é usuária do plano e estava presente na reunião, confirmou que os usuários do plano também são os mais prejudicados com a parametrização, que diminui e limita a quantidade e tipos de exames que determinada especialidade médica pode solicitar aos planos de saúde: “…eu fui ao obstetra na quinta feira e ele não pode passar um exame de hormônio simples…”
O resultado é evidente com prejuízos à boa prática da Medicina e à saúde dos pacientes usuários do plano.
Ao ser desafiada diversas vezes pelo presidente Paulo Dantas e os demais representantes do plano a se retirar do PMT SAÚDE, a diretora do Simepi, Lúcia Santos, que é uma das médicas credenciadas , respondeu: “…Eu posso sair do IPMT, mas não vou deixar de brigar por ele. Os médicos vão continuar com os direitos deles e os usuários também. Você sabe quantas pessoas eu atendo? Você já pegou as pacientes do IPMT que são atendidas por mim e outros médicos que bravamente atendem por esse plano para você estar dizendo ‘saia’? Você prejudica os usuários…”.
Ainda, quando o presidente do sindicato, Samuel Rêgo, denunciou que do jeito que o plano está funcionando, não dá para continuar, o presidente do PMT SAÚDE, Paulo Dantas, apenas afirmou “…e não vai melhorar mesmo não…”, agindo de forma contrária a qualquer tipo de negociação e de maneira completamente desrespeitosa com a classe que cura e salva vidas diariamente e que representa a força de trabalho, cujo plano funciona como mero atravessador.
Portanto, o movimento renova-se ainda mais forte e, até o próximo dia 26, continuam suspensos os atendimentos e a realização de procedimentos do PMT SAÚDE, salvo os casos de urgência e emergência. Novas assembleias serão realizadas para determinar as próximas medidas a serem tomadas.
Fonte: Simepi